Como ensinar Informática aos Portadores de Deficiências Mentais (PDMs)


As atividades lúdicas passam a ser um dos maiores trunfos no uso dos computadores para o ensino-aprendizagem. O entretenimento percebido nas cores, nos sons e nos formatos tem uma função que vai além do simples entretenimento. Os usuários Portadores de Deficiência Mental podem desenvolver sua coordenação motora, seu raciocínio lógico, capacidade estratégica, suas habilidades visuais e auditivas e seu raciocínio criativo. É comprovado que as pessoas podem se desenvolver mais se forem estimuladas e isso não foge a realidade desse público.

As pessoas sem deficiência mental brincam espontaneamente, ou aprendem rapidamente através de imitação. Já os PDMs que têm um menor grau de comprometimento em seu desenvolvimento cognitivo, também aprendem por imitação, mas frequentemente necessitam de ajuda para torná-las mais curiosas e indagadoras.
Já os usuários com maior grau de comprometimento em seu desenvolvimento cognitivo necessitam que lhes ensinem muita coisa. Nesse caso a imitação não tem tanto sucesso. É necessário propor atividades ou jogos educativos que estimulem a sua criatividade e interação com a ferramenta, mostrar que o processo é divertido. Ensine passo a passo com paciência e persistência.

As Atividades
É importante dividir qualquer tarefa em etapas gradativas (do mais simples para o mais complexo), essas tarefas devem está explicitadas no plano de aula. As atividades devem sempre partir do conhecimento já existente, de forma que as questões devem se complicar gradativamente, porém devemos nos ater a não cair na mesmice e desmotivar o aluno.

O estimulo
  1. Quando alguma coisa nova for feita, elogie;
  2. Deixe claro que são capazes. Converse, tenha paciência e dê uma atenção maior a esse grupo;
  3. Quando não conseguir chegar aos objetivos, não demonstre insatisfação, fique apenas contente;
  4. A medida que conseguir um novo desafio elogie novamente;
  5. Nunca compare as atividades ou o ritmo de diferentes alunos;
  6. Lembre-se sempre de manifestar a maior satisfação quando aparecer uma habilidade nova.

Com o tempo a tarefa será lembrada devido a estes estímulos. As suas preferências serão claramente identificadas mas você deverá propor sempre novas possibilidades.

Exemplo de atividade

Vamos colocar como exemplo o tão utilizado Tangram.
Ao trabalhar a ferramenta do tangram, demonstre o jogo montado e as suas possibilidades e ferramentas dispostas. Não é efetivo mostrar todas as peças separadas, ou colocar talvez algumas peças juntas e esperar que ela termine a montagem. Você tem que dar sentido a atividade que irá executar, se começar com as peças desmontadas não dará sentido ao que está fazendo, ou seja, não irá entender o que está fazendo porque não entendeu. O resultado é frustração.
Esta técnica chamada de encadeamento é muito útil quando é importante evitar o fracasso. Simplesmente, comece do fim e dê uma marcha ré. Isso é muito bom para qualquer brinquedo sequencial: o tangram, o quebra-cabeça, o ábaco, jogos de construção e muitos outros.
Portanto toda e qualquer atividade planejada deve está pronta nos computadores antes dos usuários chegar ao ambiente. Devemos evitar dispersões, acomodações, perda de iniciativa ou tendência ao isolamento.

Muitos problemas podem ser decorrente da Deficiência Mental, como:
  • Baixa capacidade de atenção;
  • Instabilidade psicomotora;
  • Tendência a repetição estereotipada dos mesmos jogos;
  • Ausência de iniciativa;
  • Dificuldades motoras;
  • Dificuldade para ater-se às regras
  • Fragilidade às frustrações.
Não se fruste diante dos desafios, os PDMs podem trabalhar suas limitações e melhorar, essa evolução dependerá do seu emprenho.

Fazendo a diferença
No Telecentro o PDM deve ser bem atendido e respeitado, ser ciente das regras e disciplinas, participar de trabalhos em equipe e ter acesso a grade de atendimento.
O uso das tecnologias estão ligados diretamente ao propósito de incluir e fazer parte desse processo do estimulo e aprendizado para a vida.
Dificilmente um PDM vai interagir espontaneamente com as atividades e esse estimulo a interação é que tem que ser trabalhado nos telecentros. Tudo tem que está muito bem definido, explicado, com poucas palavras e de forma bem clara.
A tarefa não é fácil e para diminuir as chances de erro deve ser bem planejada. O estudo de caso é fundamental nesse processo e o conhecimento das ferramentas fazem parte dessas prioridades. Para fazer a diferença o empenho e o estudo devem andar juntos.

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